Instituto Pensar - UE quer monitorar desmate no Brasil para manter acordo

UE quer monitorar desmate no Brasil para manter acordo

por: Igor Tarcízio 


Imagem aérea de queimada próxima à Flona do Jacundá, em Rondônia (Imagem: Bruno Kelly/Amazônia Real)

União Europeia (UE) quer mecanismo de monitoramento de desmatamento na floresta e acena com uma "Iniciativa Amazônia? de cooperação, a fim de melhorar as condições para ratificação do acordo de livre comércio com o Mercosul.

Ao falar na Comissão de Comércio Internacional do Parlamento Europeu, na semana passada, a chefe da divisão de América do Sul no Serviço Europeu de Ação Externa, Véronique Lorenzo, delineou o que a UE espera nas negociações com o Mercosul, a partir de janeiro, para responder a críticas ao acordo.

Segundo Lorenzo, o trabalho técnico interno já começou em Bruxelas com dois pilares: o primeiro é chegar a um acordo sobre uma "declaração conjunta", anexa ao tratado birregional, definindo planos do Mercosul e da UE para cumprir os compromissos ambientais e sociais.

Visão

Na visão da UE, essa declaração deverá ser acompanhada por um mecanismo de monitoramento na área de desmatamento. Bruxelas acha que dá para trabalhar com a Joint Research Center, a agência científica e de conhecimento da Comissão, que fornece aconselhamento científico e apoio à política da UE.

"O objetivo é oferecer ao [Mercosul] ?benchmarks? [padrões de referência] objetivos e mensuráveis para atingir objetivos específicos?, disse Lorenzo.

O segundo pilar é para intensificar? nosso trabalho em prol da Amazônia e também mostrar o que já estamos fazendo?. A UE acena com ajuda e dinheiro aos países do Mercosul para combater o desmatamento. "Para o período 2021-2027 estamos propondo uma iniciativa da Amazônia que atenderia esse propósito?, disse Lorenzo, enfatizando a luta contra o desmatamento e o respeito dos direitos dos povos indígenas.

Acordo

Indagada pelo Valor sobre detalhes de cooperação entre Mercosul-UE em desenvolvimento sustentável, Lorenzo disse que "é muito cedo para dizer que forma terá, mas foi iniciado um diálogo".

A implementação dos compromissos adicionais poderá ser acompanhada por um ?comitê conjunto? UE-Mercosul. Para Lorenzo, é "importante e urgente? que o acordo birregional avance.

Também o diretor do Departamento de Comércio da UE, Rupert Schlegelmich, destacou a importância geopolítica do acordo. Primeiro, dará vantagem à UE em relação a China e Estados Unidos na região. As empresas europeias deixarão de pagar ? 4 bilhões por ano em taxas no comércio birregional. Será o maior acordo já concluído pela UE, quatro vezes mais importante que o acordo UE-Japão e oito vezes que o acordo UE-Canadá.

"Mas o acordo com o Mercosul é também baseado em valores. E podemos fazer mais, como na questão de desmatamento?, acrescentou Schlegelmilch. Ele mencionou que o Brasil já foi bem sucedido na luta contra o desmatamento no passado. Agora isso depende também de uma mudança de atitude do governo brasileiro.

Com informações do Valor Econômico



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